Como o vegetarianismo aconteceu comigo.

Em consultório atendo pessoas que não consomem alimentos de origem animal e pessoas que estão trilhando este caminho.
E gosto de compartilhar como foi, e está sendo este caminho pra mim.
A decisão de não consumir mais carnes aconteceu em vários momento na minha vida.
O primeiro momento de questionamento foi quando criança e minha família tinha uma granja e eu não conseguia achar normal o modo que tratávamos os animais.
Ali eu não questionava a morte deles. Eu questionava que eram pintinhos que viviam enclausurados
Nesta mesma época, tínhamos uma chácara com galinhas soltas pelo quintal, de manhã saímos para catar os ovos dela para comer no café da manhã. Achava que isso era o natural. Galinhas soltas, botando ovos espalhados, dentro dos vasos de plantas da minha mãe, em cima do telhado, dentro do tanque…

No segundo momento, já na faculdade, as aulas de anatomia me fizeram ter ideias que somos iguais. A carne que eu manipulava naquela peça – assim chamávamos os corpos – era idêntica aquela que manipulava ao fazer a maminha ao forno que meu pai havia me ensinado.
Mesmo desconfortável, a vida me passava batida e assim como eu não cuidava da minha saúde, não ouvia que queria parar de comer animais. Hoje com 40+ percebo como a vida corre dos 20 aos 30 anos.
Aos 30 anos fui mãe, fiz transição de carreira, foquei em outros ares e comecei a trabalhar com crianças.
E percebi que estava me colocando de lado o tempo todo, em vários aspectos, mas o consumo de carnes era gritante.
Eu não queria mais comer animais e parei de comer, simples assim. Sem comunicado, sem avisos. Eu continuei fazendo animais para minha família e simplesmente não colocava no meu prato.
Inclui novos alimentos na rotina da família, alguns bem aceitos como vagens e edamame, outros nem tanto como tofu. Substitui leite e seus derivados por versões vegetais.
Depois de um tempo parei de fazer carnes em casa. Fazia toda a comida mas não tinha proteína animal.
Fiz tudo com muito amor. Amor a minha família, amor a mim e aos animais. Me respeitei e fui. respeitada de uma forma muito natural.
Hoje ainda consumo queijos, mas este assunto fica pra outro post.